Centro de Vacinação de Pinhal Novo: Filas de espera voltam a gerar controvérsia e levam ao descontentamento da autarquia

Depois da Associação de Reformados de Pinhal Novo ter acolhido o “novo” Centro de Vacinação da COVID-19 no concelho de Palmela, as criticas às longas filas de espera numa...

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Depois da Associação de Reformados de Pinhal Novo ter acolhido o “novo” Centro de Vacinação da COVID-19 no concelho de Palmela, as criticas às longas filas de espera numa época do ano marcada pela chuva e pelo frio, o Jornal do Pinhal Novo questionou o ACES Arrábida, na pessoa de Luís Pombo, que remeteu os esclarecimentos para o Gabinete de Comunicação da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), sobre a organização daquele espaço bem como do agendamento das vacinas à população, pelo que nos foi avançado que a “decisão de vacinação fora dos Centros de Saúde compete ao Ministério da Saúde. No que concerne ao local onde atualmente funciona o CVC foi o local cedido pela Câmara Municipal de Palmela que cumpre os requisitos mínimos para instalação do CVC”.

 Questionados sobre se existem ou não falhas no sistema de agendamento da vacinação em Pinhal Novo, o mesmo gabinete esclarece que “os agendamentos para vacinação são efetuados centralmente, sobre os quais não temos qualquer interferência”, avançando que “atualmente estamos a vacinar uma população de uma faixa etária mais idosa em que mais de 90% das pessoas vêm acompanhadas, (grande parte das vezes com outro idoso) o que torna todo o processo mais demorado”.

“No que concerne ao agendamento a maioria das pessoas não consegue interpretar a SMS e comparecem fora do seu dia e hora de agendamento, causando enormes constrangimentos, pelo aumento do tempo necessário para realização da admissão.  

Conforme anunciado pelo Ministério da Saúde o sistema de casa aberta está a funcionar em todos os CVC para maiores de 80 anos”, sublinha a ARSLVT.

Questionados sobre como pretendem ultrapassar estas dificuldades quando estamos em época de frio e de chuva, pondo em causa a saúde dos utentes que ali se deslocam a ARSLVT esclarece que “por forma a ultrapassar alguns dos constrangimentos verificados, vamos proceder ao alargamento  do horário do CVC”.

“Há uma completa desorganização no processo”, acusa Álvaro Amaro

Por sua vez em reunião publica do executivo municipal, da passada quarta-feira, Álvaro Amaro, presidente da autarquia palmelense mostrou-se “muito insatisfeito”, com a terceira fase do processo de vacinação,  esclarecendo que “a Administração da Saúde, faltou à palavra para com o município de Palmela quando nos disse que pós o mês de Setembro a vacinação iria ser feita nas respetivas extensões de saúde”.

“Acreditámos que isso iria acontecer porque estava em causa a administração da vacina da gripe que sempre foi feita nos Centros de Saúde, e em cima da hora pedem-nos para, na centralidade de Pinhal Novo para encontrar outros espaço”, que acabou por ser a Associação de Reformados, “tendo sido feita uma projeção que não poderia ultrapassar as 300 pessoas por dia”, explicou o autarca, recordando que neste momentos estão a ser vacinadas “pessoas de qualquer maneira e que ultrapassa as 500 por dia, e em vez de trabalharem o dia inteiro, estão a vacinar apenas até às 13h00”.

Para o autarca “não foi tido em consideração o esforço que é solicitado às autarquias, sem ainda terem, contratualizado com as mesmas qualquer tipo de apoio ou comparticipação”.

“Sinto-me inclusivamente maltratado”, disse Álvaro Amaro recordando que na manhã da passada quarta-feira recebeu dois emails “de uma enfermeira que não conheço de lado algum, a dizer que quer isto e aquilo para amanhã e que quer pessoas para o fim-de-semana”, lamentou.

“Há uma completa desorganização no processo”, acusou o autarca, sublinhando que “quem transporta as vacinas é o Serviço Municipal Proteção Civil, quem teve que encontrar e pagar stands é a Câmara Municipal, quem paga as garrafas de oxigénio é o município, e isso continua a ser feito de uma forma sem qualquer respeito por quem tem estado sempre a tentar construir soluções”.

Álvaro Amaro disse ainda que “tenho tentado entrar em contato, várias vezes por dia, com o ACES Arrábida sem sucesso, sei que a equipa clínica demitiu-se, talvez por isso ande a receber emails de uma enfermeira que não conheço, a pedir tendas e cadeiras”.

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