Entrevista com Carlos Oliveira, candidato do Bloco de Esquerda à Câmara Municipal de Palmela : “É urgente haver uma maior resposta ao nível da habitação social”

Tal como aconteceu nas eleições de 2017, Carlos Oliveira volta a ser o candidato escolhido pelo Bloco de Esquerda para ser cabeça de lista à Câmara de Palmela nas...

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Tal como aconteceu nas eleições de 2017, Carlos Oliveira volta a ser o candidato escolhido pelo Bloco de Esquerda para ser cabeça de lista à Câmara de Palmela nas eleições agendadas para 26 de Setembro. As questões sociais e a saúde continuam a ser uma das preocupações dos bloquistas.

– O que o levou a aceitar o desafio de se recandidatar?

Em primeiro lugar foi uma escolha coletiva do Bloco de Esquerda que me propuseram volta a ser cabeça de lista à Câmara de Palmela e cá estou e vou dar, novamente, o meu melhor para dar ao Bloco de Esquerda a melhor votação possível.

– Quais são as prioridades do BE para o concelho de Palmela?

Com a nova realidades que temos hoje em dia, nomeadamente a crise sanitária e social provocada pela pandemia, há novos desafios a enfrentar e o município tem que dar uma resposta a essas necessidades e aos novos desafios que afetam o concelho de Palmela.

– Que desafios são esses?

Com a pandemia, muitas pessoas que ficaram em situações de carência económica, para além de ser cada vez mais importante dar resposta aos cuidados de saúde. Daí a nossa candidatura defender que é necessário alertar as entidades competentes para que haja uma melhor resposta ao nível de profissionais de saúde nas zonas rurais do concelho.

– Quando olha para o concelho de Palmela, o que identifica como aquilo que já deveria ter sido feito e ainda não foi?

Neste momento é urgente haver uma maior resposta ao nível da habitação social. O Bloco de Esquerda tem vindo a insistir par que o município desenvolva uma maior oferta de habitação social com renda acessível, de modo a fazer face às necessidades de uma habitação digna para pessoas que vivam em condições precárias.

Quer a nível local, quer nacional, o Bloco de Esquerda tem vindo a apresentar propostas no sentido de existir uma estratégia de habitação. Já que a autarquia tem a sua estratégia, agora é necessário que ela seja posta no terreno, uma vez que há fundos disponíveis para que esse investimento seja feito. A construção de habitado acarreta maior pressão ao nível dos solos, mas poderão apostar na aquisição de imóveis devolutos, fazendo posse administrativa, e assim ter respostas sociais.

“Nas localidades onde já existem transportes públicos, devem ser criadas condições para a gratuitidade do mesmo para idosos, pessoas desempregadas e estudantes”

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– Os transportes públicos continuam a ser um problema?

Existem exemplos noutros concelhos da Área Metropolitana de Lisboa que permitem dar maior resposta a populações mais isoladas No caso de Palmela, sendo um concelho com uma enorme área, não temos dúvidas que nos casos das populações mais isoladas, o município poderia criar uma alternativa como por exemplo o transporte a pedido.

Em Sesimbra já foi feita uma experiência semelhante que teve bastante sucesso, e sendo o concelho de Palmela um concelho com uma área tão extensa, o Bloco de Esquerda considera que essa é uma alternativa bastante interessante. Nas localidades onde já existem transportes públicos, devem ser criadas condições para a gratuitidade do mesmo para idosos, pessoas desempregadas e estudantes. Esta é sem dúvida uma boa maneira de levar as populações a utilizarem o transporte público em detrimento do transporte individual.

– Muito se tem criticado a morosidade dos processos urbanísticos…

Dos contatos que temos tudo com moradores e investidores o que verificamos é que acabam por se deparar com longos processos urbanísticos.

Numa altura em que o sistema informático é uma mais-valia e uma ferramenta de trabalho tão importante, não compreendemos porque os processos demoram tanto tempo. Acreditamos que possa existir alguma falta de coordenação e aí o presidente da autarquia tem alguma responsabilidade nisso.

“A pandemia não serve de explicação para que haja desleixo na limpeza do espaço público”

– Palmela é um território com potencialidades únicas, quer ao nível da sua ruralidade, quer ao nível do património natural. No seu entender poderíamos tomar melhor partido destas caraterísticas do ponto de vista turístico?

O concelho de Palmela é muito rico tanto ao nível do património natural como a nível histórico e deveríamos fazer um maior investimento sustentado que trouxesse mais-valias para os trabalhadores e que fosse promotor de emprego com qualidade, mas para que isso aconteça é necessária uma maior divulgação das nossas potencialidades.

– A recolha de monos e a limpeza urbana têm sido um problema…

Quando confrontamos o presidente da Câmara Municipal, a resposta que nos é dada prende-se com a falta de operacionais devido à pandemia, mas isso não explica tudo.

Passado tanto tempo, já deveria ter sido feita a limpeza do espaço urbano, nomeadamente através da monda manual. A pandemia não serve de explicação para que haja desleixo na limpeza do espaço público.

– O Bloco de Esquerda já apresentou os seus candidatos. Como define esta equipa?

É uma equipa com pessoas jovens, com vontade de trabalhar em prol das populações e de todas as freguesias. Acredito que com as nossas propostas possamos melhorar a qualidade de vida das populações.

– Existem 9 candidatos à Câmara de Palmela. A seu ver esta nova realidade poderá vir a complicar as contas nas próximas eleições?

Apesar de não querer comentar as escolhas políticas de alguns dos candidatos, considero que a população terá que estar muito atenta às propostas de todos os candidatos e fazer a sua escolha, porque o escrutínio está nas mãos da população.

– Esta campanha com tantos candidatos e algumas “danças de cadeiras” vai ser pacífica?

No que depender o Bloco de Esquerda será sem dúvida pacífica, porque o importante é passar para a população aquilo que realmente defendemos que é o melhor para o concelho.

– O Bloco de Esquerda está disponível para uma coligação?

Como partido de esquerda seria desonesto aceitar qualquer coligação ou acordo com um partido mais chegado à direita. Mas dependendo da vontade dos nossos eleitores, o Bloco de Esquerda estará disponível para uma coligação, mediante a aceitação de algumas propostas do Bloco.

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