Candidatou-se há quatro anos pelo MIM mas com as coligações recentes deixou de se “rever na estrutura”o que o levou a assumir a sua candidatura à Câmara de Palmela pelo RIR.
Mário Rui Baltazar considera que é necessário haver maior proatividade dentro da autarquia e lembra que “os pelouros que estão nas mãos do vereador Pedro Taleço – Limpeza Urbana e Manutenção de Parques e Jardins – estão um caos”.
– O que o levou a deixar o projeto que iniciou há quatro anos pelo MIM e a candidatar-se agora à autarquia de Palmela pelo RIR – Reagir Incluir Reciclar?
Há uns meses tinha ponderado retirar-me da política, e nesse sentido informei o responsável do MIM que iria sair. Posteriormente decidi continuar, mas dentro da estrutura do MIM, até um certo período, houve quem me falasse na posição que iria ocupar no MIM, mas com todas estas coligações, automaticamente deixei de me rever naquela estrutura, e a partir da altura em que surgiu o convite do RIR, e dado que acho tratar-se de um projeto interessante levou-me a aceitar este convite.
– Mas não se revia na coligação ou num partido chegado à direita?
Não está em causa ser um partido chegado à direita, não me revia na coligação porque no meu entender o que, inicialmente estava predisposto, seria que o MIM pudesse decidir por ele próprio e o que está a acontecer é que essa decisão não passa pelo MIM, mas sim pelo CDS-PP.
– Quais são para si as principais linhas orientadoras e realmente necessárias para Palmela?
Em Palmela temos muito para mudar. O Urbanismo é um dos setores que neste momento está a causar muitos problemas aos munícipes e tem feito com que muitas pessoas deixem de investir no nosso concelho.
Já trabalho na Câmara de Palmela há muitos anos, conheço o concelho muito bem e verifico que temos um grave problema na área da limpeza urbana. Também a recolha de monos é um problema que necessita de ser resolvido. Os espaços públicos estão num estado de degradação muito grande.
– A questão da limpeza está dividida por dois vereadores, um da CDU e outro do PS. A seu ver, o que deve ser feito para ultrapassar este problema?
Investir na proatividade e motivação dos trabalhadores, que não estão motivados. Como disse sou funcionário desta autarquia e sinto exatamente isso, tem que existir motivação e um plano de trabalho diferente.
Os pelouros que estão nas mãos do vereador Pedro Taleço – Limpeza Urbana e Manutenção de Parques e Jardins – estão um caos. Não sei se foi de propósito que a CDU passou esses pelouros para o vereador do PS, mas também não podemos fazer e dizer nos últimos tempos que tem sido a pandemia que tem levado a alguns retrocessos nestas matérias.
“Somos uma alternativa para podermos dar a este concelho aquilo que ele merece”
– Tem com slogan “Somos a alternativa”. Porquê?
Somos a alternativa porque somos uma equipa jovem que conhece bem a estrutura do concelho. Sabemos quais as necessidades e problemas que existem no concelho, mas se houve uma altura, nestes 45 anos de gestão CDU, que tínhamos um concelho muito bom, com o presidente Carlos Sousa e no início do mandato da presidente Ana Teresa Vicente, com a entrada do presidente Álvaro Amaro as coisas têm-se desmoronado, e podemos dizer que nestes últimos 4 anos as coisas estão mesmo muito más. Por isso somos uma alternativa para podermos dar a este concelho aquilo que ele merece.
– No seu entender a responsabilidade da atual gestão não é da CDU, mas de Álvaro Amaro?
Poderia levar para esse ponto. Não sei se as diretrizes são provenientes da CDU, mas provavelmente na gestão de Álvaro Amaro há aqui um grande problema, porque é uma pessoa que manda, pode e quer, e as decisões passam todas por ele.
– Como eleito na Assembleia Municipal sente de alguma forma esse “quero, posso e mando”? E como funcionário da autarquia?
Já sai do MIM e por isso sou eleito como independente, mas em certos momentos e certas situações nota-se que o senhor presidente é o grande senhor, e por vezes os próprios vereadores têm que se calar para que seja ele a decidir e a falar.
– Defende que os empresários estão esquecidos em Palmela…
Sim, os empresários estão esquecidos e abandonados. Temos feito contatos com muitos empresários e que nos dão conta dessa insatisfação.
– E o Centro Histórico?
O Centro Histórico de Palmela é um caos. Mas também poderei falar do Centro Histórico de Pinhal Novo que está um pouco esquecido.
Apesar de existirem algumas recuperações em Palmela, não poderemos continuar a fechar portas e janelas e deixar as fachadas conforme elas estão. A Câmara deverá tentar pressionar os seus proprietários para uma boa recuperação, de modo a tornar-se mais atrativa para quem nos visita ao fim de semana, e até mesmo para quem aqui reside.
“Se for eleito presidente da Câmara de Palmela seguramente que irei lutar pela desagregação das Freguesias”
– É também muito crítico relativamente à saída da CVRPS de Palmela. Como viu esta mudança para Setúbal?
A CVRPS esteve em Palmela muitos anos e o papel da Câmara Municipal deveria te sido preponderante de modo a chegar a um acordo e a mantê-los em Palmela, porque é cá que temos os vinhos, as vinhas e as festas ligadas à temática do vinho.
– Se for eleito vai lutar pela desagregação das Freguesias de Poceirão e Marateca?
Se for eleito presidente da Câmara de Palmela seguramente que irei lutar pela desagregação das Freguesias. Marateca tem uma história e Poceirão tem a sua própria história e é assim que deverá continuar.
– Sente que as populações das freguesias rurais de Poceirão e Marateca têm sido esquecidas?
Se nós percorrermos o concelho e quando entramos na zona do Lau, conseguimos ter uma percepção que saímos de uma localidade e entramos num mundo diferente. Apesar de entrarmos na zona mais rural do concelho, percebemos que é um mundo diferente, porque está esquecido. Apesar da freguesia do Poceirão ser muito dispersa, também sabemos que deveriam ser criadas melhores condições para aproximar as populações.
– Como define a sua equipa de candidatos aos órgãos autárquicos?
É uma equipa jovem, trabalhadora, honesta e com muita vontade de mudar este concelho.
– Olhando para o atual panorama de candidaturas ao concelho de Palmela. Acha que teremos uma campanha pacífica?
Espero bem que sim. Porque acredito que seja isso que temos queremos, pois estamos cá por uma única causa – o nosso concelho e criar melhores condições para os nossos munícipes.
Temos 9 candidatos, uns mais conhecedores do concelho, outros menos. A candidatura de Carlos Sousa é uma grande candidatura, é uma pessoa que conheço muito bem e que tive a honra de o apoiar nas suas candidaturas e independentemente de ser um ano atípico espero que todos os candidatos se respeitem e que saibam salientar os problemas do concelho no local certo.
– A sua candidatura poderá de alguma forma contribuir para a redução da abstenção?
Esse é um dos setores que nós iremos trabalhar, porque queremos que as pessoas venham votar. Mas também sabemos que as pessoas deixaram de acreditar nos políticos e por isso nos apresentamos como uma alternativa.