
Não tem experiência política, mas como residente no concelho, sente que o CHEGA é “o único partido que faz uma oposição séria”, considerando que “é urgente tratar da qualidade de vida das pessoas de Palmela”. Afonso Brandão garante que se candidata a Palmela com “espírito de missão”.
– O que o levou a aceitar o desafio de ser candidato pelo CHEGA à Câmara de Palmela?
Em primeiro lugar porque as minhas origens são do concelho de Palmela, mais concretamente do Lau, onde resido. Depois quando comecei a conhecer melhor o CHEGA, que é a meu ver o único partido que, neste momento, faz uma oposição séria e que representa as pessoas de trabalho. Com o convite da Distrital do CHEGA para abraçar este projeto, comecei à procura de pessoas que se identificassem com o projeto em Palmela. Comecei sozinho e aos poucos fui construindo uma equipa.
– A concelhia do CHEGA é recente?
Sim, a concelhia de Palmela tem cerca de um ano.
– O CHEGA a nível nacional tem sido um partido muito criticado. Neste ano de concelhia qual tem sido a recetividade das pessoas?
Neste momento temos as equipas praticamente concluídas, temos cada vez mais recetividade, pese embora tenhamos algumas pessoas que entendem que ainda devem estar no anonimato porque receiam ser prejudicadas e isso é uma coisa que me deixa triste, porque nós respeitamos todos os outros e lamento que não nos respeitem a nós.
– Como residente no concelho de Palmela, o que identifica como problemas que urge resolver?
É urgente tratar da qualidade de vida das pessoas de Palmela. Moro cá desde que nasci e nos últimos anos vejo uma degradação brutal da área ambiental. A recolha de resíduos não funciona e quem atravessa o concelho vê lixo e monos por todo o lado. E não vejo esta autarquia muito preocupada em resolver esta situação. Muito embora seja um tema que está nas mãos de dois vereadores, nomeadamente da vereadora Fernanda Pésinho e do vereador do PS Pedro Taleço, o que só por si é mau, se eu fosse presidente da Câmara se eles não tivessem capacidade para resolver o problema, pegava eu nos problema e resolvia-o, porque devemos isso à população.
A Saúde é outro problema, que embora não seja uma competência da Câmara Municipal e sim do Governo, tem que se resolvido. A falta de médicos em Palmela é preocupante. O Centro de Saúde de Venda do Alcaide está em condições miseráveis e continua sem projeto.
Também a área da Segurança é um problema, não podemos continuar acreditar que Palmela é um concelho seguro, e a Câmara tem a obrigação de fazer as diligências necessárias junto do Ministério da Administração Interna, para que Palmela tenha mais condições humanas nos postos da GNR.
– Acha que o fato de ser uma área que está nas mãos de dois vereadores, poderá ser prejudicial para a população?
Não conheço os vereadores e apenas poderei falar como cidadão, mas claramente que como está não funciona.
O Pinhal Novo é a freguesia com mais população do concelho, e todos os dias vejo nas redes sociais as pessoas reclamar por um bem de primeira necessidade, que é a água. A água não chega com a devida pressão às habitações dos pinhalnovenses.
Então qual é a obra de fundo que temos que fazer no Pinhal Novo? Temos, rapidamente, que levar água com as condições necessárias para chegar a todos, principalmente aos prédios mais altos.

“Fazemos outras a pensar no amanhã e não planeamos nada para o futuro”
– Sendo residente numa zona rural. Como vê este distanciamento das zonas rurais à sede do concelho?
É uma distância abismal. Ficámos parados no século passado. Continuamos a não ter saneamento, não se vê um projeto de saneamento a acontecer. A população não tem água da rede e que na maioria dos casos não tem as estradas pavimentadas.
Como morador até entendo que essa planificação possa demorar 50 anos, tem é que haver um plano que garanta que daqui a 50 anos teremos um concelho livre destas questões. Apesar de 50 anos serem uma barbaridade, até consigo aceitar esta hipótese, o fato é que nem isso é feito.
Vejamos, o exemplo de alguns aceiros que até têm sido pavimentados. Até agora essa pavimentação tem sido feita, mas não se estuda nem se prevê que daqui a uns anos essa estrada possa vir a levar água e saneamento, e então pavimenta-se tudo, e daqui a uns anos “rebentamos” com o dinheiro dos contribuindo para meter o saneamento e a água e depois voltarmos a pavimentar. Fazemos outras a pensar no amanhã e não planeamos nada para o futuro.
– Acha que a CDU só tem feito obra a pensar no amanhã?
Eu vejo obras a entrar na programação da Câmara Municipal e depois a sair e mais tarde voltam a entrar e a sair. Portanto há uma obra que é planeada e orçamentada e desaparece, para entrar uma outra nova obra. Não sei se isto é um método de trabalho, mas não é de todo o meu.
– Sente que poderá ser uma alternativa a Palmela?
Nós somos uma alternativa a Palmela e ao país inteiro. Somos novos, entrámos agora nesta corrida e iremos construir nos próximo quatro anos para sermos uma resposta no concelho de Palmela, garantindo que votarei sempre ao lado do povo, porque candidato-me a Palmela com o espírito de missão e porque não quero ser político de profissão.
“Nós viemos para trabalhar pelas pessoas da terra”
– Como define os candidatos do CHEGA?
São pessoas muito ligadas à terra, ou porque residem ou porque trabalham cá. É uma equipa fantástica.
– O candidato do PS em entrevista ao nosso jornal disse que não estava disponível para fazer uma coligação com o CHEGA. Como viu esta afirmação?
Não vou comentar essa afirmação do candidato do PS. Nós viemos para trabalhar pelas pessoas da terra. A 26 de Setembro população tomará a sua decisão e nós muito democraticamente iremos respeitar.
– O fato de existirem 9 candidatos nestas Eleições Autárquicas poderá de alguma forma prejudicar a maioria relativa da CDU?
Em primeiro lugar acho muito positivo existirem 9 candidaturas, mas certamente que irá dividir votação da população do concelho.
– Mas havendo maiorias relativas irão precisar todos uns dos outros…
Se estivermos na política com o espírito de missão e construir um concelho que seja uma mais-valia tanto para quem reside, como para quem nos visita, teremos democracia a funcionar, e as forças políticas que forem eleitas deverão ter a capacidade de se gerir dessa forma.
– Defende mais uma partilha de funções do que a monopolização?
Claro que sim, porque nem sempre nós temos a razão do nosso lado.
– Olhando para um cenário de maioria relativa. Se for eleito está disponível para trabalhar com qualquer força política?
Iremos certamente propor uma coligação àquele que tiver uma linha política mais semelhante à nossa.
– Com candidatos que foram de outros partidos e agora assumem candidaturas por outros. Acha que esta será uma campanha cordial?
Para nós será cordial, somos pessoas educadas, democráticas e faremos uma campanha respeitosa.