Entrevista com Raul Cristóvão, candidato do PS à Câmara de Palmela: “ Falarei com todos os que tiverem representatividade exceto com o CHEGA”

Raul Cristóvão volta a ser o cabeça de lista escolhido pelo PS para a Câmara de Palmela. Em entrevista ao JPN, a primeira do leque de entrevistas que iremos...

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Raul Cristóvão volta a ser o cabeça de lista escolhido pelo PS para a Câmara de Palmela. Em entrevista ao JPN, a primeira do leque de entrevistas que iremos fazer com todos os candidatos à Câmara Municipal, Raul Cristóvão defende que é necessário criar um concelho “mais amigo e mais desperto para as necessidades das pessoas”.

– Quais são as linhas orientadoras deste programa eleitoral?

Ainda estamos a preparar o nosso programa eleitoral com base em dois pilares: sustentabilidade social e a sustentabilidade do território, e é nestas das vertentes que vamos organizar o nosso programa, pois queremos um concelho mais sustentável.

A sustentabilidade está ligada àquilo que achamos que tem que mudar neste concelho. Queremos um concelho mais amigo e mais desperto para as necessidades das pessoas, pretendemos um território mais sustentável, porque de fato precisamos de mexer e muito em questões que têm a ver com gestão territorial, Plano Diretor Municipal, Urbanismos – que é uma área muito complicada nesta Câmara e tem que se tornar uma área mais amiga do território e de quem investe, Economia Local, Apoio Social.

Há, ainda, que valorizar muito a educação pública. A escola pública é para nós uma realidade objetiva que tem que melhorar em qualidade e por isso temos intenção de tornar as Atividades de Enriquecimento Curricular serão alargadas e gratuitas a todas as crianças até ao 4º ano de escolaridade. Também há que reforçar a economia local, trabalhando com os parceiros locais, e ao mesmo tempo trair mais Turismo à nossa região. O trabalho com o associativismo e juventude vai ser outra prioridade, no sentido de os ajudar a crescer responsavelmente. O Património é uma área que nos preocupa, temos uma riqueza arqueológica grande, mas as pessoas não conhecem e por isso propomos a criação de um Museu Municipal com várias valências.

Palmela precisa, também, de um planeamento estratégico que lhe permita delinear o futuro e construir um pensamento estratégico para o território. Como é que alguém que está neste concelho há 45 anos, ainda não percebeu o que vai ser este concelho daqui a 10 anos?!

Vamos tentar criar um Simplex Administrativo de modo dar uma maior e melhor resposta às populações e aos investidores, que me dizem “em Palmela não”.

“Palmela não contou com o interesse económico e social da população”

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– As críticas ao Urbanismo têm sido uma constante quer a nível político, quer na sociedade civil. A seu ver o que tem falhado?

A falta de sensibilidade e o tempo de resposta são um problema. Não podemos esquecer que as pessoas trabalham com o dinheiro dos bancos. O investidor conta à hora e cada hora ou dia que passa o investidor está a perder dinheiro, e por isso não se pode esperar tanto tempo. É preciso desburocratizar os processos, é necessário manter os técnicos motivados.

– Criticou a CDU por ter sido contra o Aeroporto no Montijo. Acha que essa tomada de posição foi uma “ordem” do partido que Palmela teve que cumprir?

Não percebo como estrategicamente a autárquica se colocou contra um investimento que não traria impates negativos para o concelho e que traria investimento. Palmela não contou com o interesse económico e social da população.

– Como vê a saída da CVRPS de Palmela para Setúbal? Adormecemos um pouco nesta negociação?

Não adormecemos, desistimos. Ao que sei a Escola de Fernando Pó não servia os interesses e necessidades da CVRPS, e por isso foram para um parque industrial em Setúbal, que lhes garantiu melhores condições de trabalho e consequentemente servir melhor os interesses dos produtores.

– Há cultura de qualidade em Palmela, há um território natural único. Podíamos ter aproveitado a boleia de Setúbal para fomentar o Turismo?

Não aproveitámos porque não temos nada pensado e por isso um plano estratégico ser fundamental de modo a perceber o que necessitamos, nomeadamente equipamentos hoteleiros, criar novas dinâmicas na restauração do concelho. Temos que saber potenciar aquilo que temos de muito bom, pois há concelhos que não têm o que nós temos e conseguiram ir mais além.

“O exercício do Poder Público é um exercício de servir as pessoas, as comunidades, e é um exercício que temos que agregar”

– Como define os candidatos do PS às freguesias?

São homens da terra, e isso é o perfil ideal para um presidente de Junta de Freguesia.

– Porquê o slogan “Juntos somos mais fortes”?

Para construir tem que ser como todos. O exercício do Poder Público é um exercício de servir as pessoas, as comunidades, e é um exercício que temos que agregar, incluir juntar e não dispersar, excluir e separar e por essa razão juntos somos mais fortes, porque gostamos da nossa terra, gostamos do nosso território e portanto vamos juntos construir o nosso futuro.

– A CDU está com uma maioria relativa. O PS está agora com o caminho mais facilitado? Mas por outro lado existem 9 candidatos à autarquia. Será esta nova realidade prejudicial para o PS?

Em democracia todos são livres de se candidatarem e vejo isso como uma dinâmica positiva da democracia, embora nem todos os movimentos ou partidos venham com essa dinâmica positiva. Falarei com todos os que tiverem representatividade exceto com o CHEGA.

Nas últimas eleições subimos 25%, e acho que isso tem a ver com a seriedade das propostas que apresentámos e por isso estamos novamente aqui como estivemos há 4 anos, pronto par receber as novas competências da descentralização. Portanto, o PS está aqui para lutar. Não para termos emprego, mas com a noção de entrega total ao serviço público, porque estamos aqui apenas para servir. Portanto, o PS vai ganhar desta vez. Podemos não ganhar com maioria absoluta mas vamos ganhar e trabalhar como todos aqueles que quiserem trabalhar connosco.

– Está disponível para uma coligação caso vença com uma maioria relativa?

Estou disponível para trabalhar com todos. Apenas espero que todas as forças políticas e movimentos façamos esta campanha com base no respeito nas ideias de cada um e que possamos valorizar a democracia, as pessoas que votam em nós e acima de tudo, para além de tudo o que possa existir que nos divide, que haja uma palavra que nos una – Palmela.

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